Views: 137779
Cursos On-line de condução Rítmica da Bossa Nova
O Curso On-line de Leitura e Condução Rítmica da Bossa Nova, contém duas abordagens distintas, porém, complementares:
- Transmissão de conhecimento em contexto de tradição oral (06 vídeo-aulas).
- Notação Musical (partituras em arquivos PDF), com exercícios progressivos usando como referencial sonoro exemplos musicais comuns aos nossos ouvidos.
Para adquirir é só enviar o seu comprovante de pagamento para o e-mail abaixo e lhe enviaremos o link para download em até 48 horas.
- Endereço para pagamento: https://mpago.la/2W1if24
- Enviar email com o comprovante para: aderbalduartebossanova@gmail.com
Abaixo exemplo do livro e vídeo aula
Aderbal Duarte decifra João Gilberto
Assista no canal do Macaco Gordo a excelente palestra e aula ministrada pelo Aderbal.
Bossa: Uma revolução musical mundial
Gênero musical surgido no Brasil no fim da década de 1950. Considerado uma nova forma de tocar samba — sob influência do jazz —, foi concebido por João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, entre outros. Tem seu marco inicial em 1959 com o lançamento do disco e canção homônima Chega de Saudade, no qual João Gilberto cria uma nova batida de violão e canta de modo particular a música composta por Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes.
MPB
A MPB, sigla derivada da expressão Música Popular Brasileira, é um gênero musical surgido no Brasil em meados da década de 1960. A MPB surgiu a partir de 1966 na cidade do Rio de Janeiro com a segunda geração da bossa nova, mas com uma forte influência do folclore brasileiro que já vinha desde 1932. Na prática, a sigla MPB anunciou uma fusão de dois movimentos musicais até então divergentes, a bossa nova e o engajamento folclórico dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes. Os primeiros defendendo a sofisticação musical e os segundos, a fidelidade à música de raiz brasileira. Seus propósitos se misturaram e, com o golpe de 1964, os dois movimentos se tornaram uma frente ampla cultural contra o regime militar, adotando a sigla MPB na sua bandeira de luta.
A Jovem Guarda e a Tropicália são movimentos musicais que fazem parte da MPB, mas a Tropicália se identificou mais com a MPB do que a Jovem Guarda devido as misturas de ritmos nacionais com as internacionais.
A MPB começou com um perfil marcadamente nacionalista, mas foi mudando e incorporando elementos de procedências várias, até pela pouca resistência, por parte dos músicos, em misturar gêneros musicais. Esta diversidade é até saudada como uma das marcas deste gênero musical. Pela própria hibridez, é difícil defini-la.[3]
O nome MPB pode, em determinados momentos, criar confusão por aparentemente se referir a qualquer música popular do Brasil, porém é importante diferenciar MPB – o estilo musical – de outros, como o samba, o choro, a bossa nova etc. Apesar de todos terem ligações, não são a mesma coisa. Assim como a bossa nova, a MPB foi uma tentativa de produzir uma música brasileira “nacional” a partir de estilos tradicionais. A MPB teve um impacto considerável na década de 1960, em grande parte graças a vários festivais de música na televisão.
Para saber mais, visite o artigo na Wikipedia
Almir Chediak
Triste foi a noite do domingo, 25 de maio de 2003. Data da estúpida interrupção de um longo trabalho de sistematização de parte da identidade cultural brasileira. Brutalmente assassinado com quatro tiros na cabeça, o violonista, arranjador, professor e produtor musical Almir Chediak tinha 52 anos e inúmeros planos. Seu corpo foi abandonado por assaltantes numa estrada de Petrópolis (RJ) e junto com ele ficaram os projetos de tantos outros Songbooks dos quais não podemos desfrutar.
Os Songbooks são livros com transcrições de partituras e harmonias das canções de diversos autores da música popular brasileira. A série de publicações teve início em 1988 com dois volumes dedicados à obra de Caetano Veloso. Aos poucos
vieram Tom Jobim, Dorival Caymmi, Noel Rosa, Ary Barroso, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Gilberto Gil, João Bosco, Braguinha, Djavan, João Donato e Rita Lee para citar somente alguns dos artistas estudados nas dezenas de edições, com milhares de partituras. Almir Chediak consultava os próprios compositores na intenção de compilar transcrições fiéis das harmonias, melodias e letras. Além de preencher uma grave lacuna do cenário pedagógico e cultural brasileiro, o trabalho minucioso de Chediak e da sua editora Lumiar exaltava nossa arte, divulgando-a aqui e no exterior. Seus livros (e ele produziu muitos discos também) permanecem como importante fonte de consulta para músicos de todas as idades e níveis de aprendizado.
Almir não teve tempo de produzir um Songbook dedicado exclusivamente a João Gilberto. Talvez também pelo entendimento, corrente e compreensível, de que o baiano não é exatamente um compositor. João compôs sim algumas canções bem como alguns temas instrumentais. No entanto, sua enorme importância em nossa cultura não reside fundamentalmente nessa parte de sua produção. O que há de mais notável em sua arte (e deve ser considerado como rica fonte de aprendizado) é a forma criativa e autoral com a qual aborda e se apropria das canções de outros compositores.
Consciente da necessidade de se registrar as interpretações de João Gilberto por escrito, o violonista e maestro baiano Aderbal Duarte deu início ao projeto Escritura da Bossa que (com o aval do próprio João Gilberto) se dedica à transcrição e análise da obra do cantor. Infelizmente, a falta de recursos impede que haja agora qualquer previsão para a conclusão dessa empreitada. Enquanto aguardo o resultado dos esforços do maestro Aderbal, torço por essa e qualquer outra movimentação no sentido de concretizar algo parecido com as realizações de Almir. E é como forma de homenageá-lo que este humilde Livro de Cifras (arquivo em pdf disponibilizado gratuitamente na internet) usa desenhos de acordes muito parecidos e tipologias idênticas àquelas dos Songbooks da editora Lumiar.
Esclareço também que esta pequena coletânea de harmonias (ainda incompleta, porém com pretensões de crescer) foi feita não só com base em repetidas audições dos discos, mas, fundamentalmente, com consultas a material de incomum qualidade já disponibilizado na internet. Destaco o trabalho de Takashi Nakajima, um jovem japonês tão apaixonado pela cultura brasileira que, às vezes, prefere assinar Carlos Nakajima.
Fernando Romeiro
Rio de Janeiro, Junho de 2013